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Unidade 3


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Introdução

Olá, querido(a) aluno(a). Iremos iniciar mais uma unidade de estudos. Nesta unidade, será abordada a apresentação dos livros na vida da criança, mesmo antes de aprender a ler, pois devem ser colocadas em contato com a literatura desde muito pequenas. O contato com a cor e imagens dos livros desperta a curiosidade na mais tenra idade. Atualmente, há livros que tocam música, as imagens são em alto relevo e até livros de pano planejados para crianças da educação infantil.

Ao chegar na idade escolar poderá ser desenvolvido o gosto pela leitura por meio de momentos de leitura. O professor pode ser o contador de histórias solicitando a participação dos alunos, assim, desenvolvendo a oralidade e o gosto pela leitura, ou apresentar recursos metodológicos que estimulem à leitura.

Será retratado que a preparação do professor para o conhecimento de técnicas e métodos de ensino para o estímulo à leitura deve ser sempre realizada com a abordagem de novas obras, de modo a manter-se informado no que diz respeito às obras infanto-juvenis.

A leitura, além de nos auxiliar em descobrir as informações das quais necessitamos, contribui para a construção do conhecimento de forma prazerosa. É por isso que pesquisas sobre leitura são realizadas e seu ensino é feito no ambiente escolar e familiar, confirmando sua importância.

Além do contato com os livros, atualmente há uma forma de leitura que é realizada por meio da tecnologia. Assim, nesta unidade iremos apresentar quais as maneiras diferenciadas que podemos ler sem ter um livro “folheável” por perto.

Ficou curioso(a)? Então, vamos iniciar a nossa unidade! Boa leitura!

A Literatura no Ambiente Escolar: O Pequeno Leitor

Quando o livro é considerado complexo para a idade da criança, é necessário mudar de leitura e esperar a fase correta para iniciar tal obra. Detectar se o aluno é capaz de entender determinado livro é papel importante do professor, pois em sala de aula poderá propiciar momentos na biblioteca e participar da escolha do livro e, também, indicar o melhor livro presente no mercado, adequado para a faixa etária da criança.

Figura 3.1 - A leitura da criança na escola
Fonte: Wavebreak Media Ltd / 123RF.

Na escola poderá ser desenvolvido o gosto pela leitura por meio de momentos da leitura ou seminários simples em que cada aluno conta a história do livro que leu demonstrando sua opinião. Essa ação didática desenvolve a oralidade, além de apresentar aos demais colegas uma síntese do livro que acabou de ler, servindo de indicação de leitura.

Conforme Zilberman (1998, p. 25), é atribuição do professor ensinar a ler corretamente, mas também fazer o aluno saber como compreender o texto “através do estímulo à verbalização da leitura procedida”. O uso do livro em sala de aula justifica-se pela relação que estabelece com seu leitor e pelo papel transformador dentro do ensino. Ao utilizar o livro em sala de aula o professor deve:

  1. Escolher obras apropriadas ao leitor infantil;
  2. Perceber o emprego de uma metodologia eficiente, para estimular à leitura, por meio da compreensão das obras e a verbalização, pelos alunos, do sentido apreendido.

Para realizar essas tarefas, segundo Zilberman (1998), durante os estudos, ainda na universidade, os profissionais da área da educação devem:

  1. Conhecer um acervo literário adequado de leitura para crianças;
  2. Ter critérios para avaliar e selecionar obras de valor;
  3. Ter conhecimento da história literária destinada às crianças e dos autores atuais, nacionais e estrangeiros;
  4. Conhecer e dominar técnicas e métodos de ensino para o estímulo à leitura, para que permita aos alunos ter discernimento do mundo com a leitura proposta.

O conhecimento de novas obras pelo professor faz toda a diferença, pois a desatualização, se não causar problemas nos anos iniciais, pode ocorrer nas séries posteriores já que há repetição de obras durante os anos escolares.

Entre as novas obras infanto-juvenis podemos citar os livros das séries “Harry Potter” e “Animais Fantásticos e Onde Habitam”, ambos de J. K. Rowling, que são livros de sucesso entre os jovens. As histórias mesclam realidade e fantasia com personagens feiticeiros, varinhas mágicas, animais, monstros e bruxos. Há também “O Hobbit” que leva a criança a um universo de fantasias e aventuras com anões, monstros, dragões e elfos, este de J. R. R. Tolkien. A obra “As crônicas de Nárnia” é uma série de sete livros que contam a história de irmãos que encontram o Reino de Nárnia dentro de um guarda-roupa. Escrito por C. S. Lewis, a obra vendeu mais de 120 milhões de cópias e também foi adaptado ao cinema. Essas obras foram levadas ao cinema devido as seu grande sucesso, inclusive caindo no gosto dos adultos.

A Literatura Infantil resulta da interação pedagógica e intenção lúdica, dessa forma, estimulando a criatividade. De acordo com Kleiman (2004), aos dez anos o aluno leitor apresenta todas as características que podem ser observadas no leitor proficiente. O ato de ler não é linear desde o olho até a memória, o leitor antecipa o material lido até a formulação de uma imagem por meio de seu conhecimento dos padrões ortográficos, da estrutura da língua e do assunto. E, por isso, a leitura é considerada um processo interativo, pois os diversos conhecimentos do leitor interagem com o que vem da página para chegar à compreensão.

Segundo Cunha (2003), com o desinteresse dos estudantes pela leitura, há reclamações de educadores e aponta-se que a leitura ocupa um dos últimos lugares quando o leitor pode escolher entre televisão, cinema, música, teatro e esporte. Na escolha entre livros e revistas, os estudantes preferem as revistas por serem mais dinâmicas, práticas e divertidas, isso em crianças menores de quinze anos. Os mais velhos dizem gostar de livros porque pode-se aprender mais, no entanto, não sabem, em geral, citar cinco livros que tenham lido e gostado. Outro ponto negativo é que os alunos não possuem biblioteca em casa (mesmo os de bom nível econômico) e não possuem fichas em bibliotecas. Os professores mandam, impõem, que os alunos leiam obras literárias que são determinadas por eles, ou seja, o aluno não tem a autonomia de ler algo que o interesse.

Com isso, chega-se à conclusão de que a leitura não poderia estar bem cotada, pois há um sistema rígido de leitura e a falta de incentivo familiar. Sendo assim, a responsabilidade dessa falta de interesse deve ser dividida, pois o número de livros nas escolas é pequeno. Em escolas públicas não há investimento suficiente para se ter um bom acervo.

O educador se vê às voltas com um número assustador de atividades: os supervisores de ensino, com atividades diferenciadas em excesso; o professor, com excesso de aulas semanais; o bibliotecário com acúmulo de serviços técnicos, considerados em geral prioritários. Não sobra tempo a esses profissionais para acompanhar o movimento editoria da literatura Infantil e juvenil (CUNHA, 2003, p. 10).

Na realidade, os educadores não se empenham em “ter tempo” para dedicar à Literatura, pois na Universidade não tiveram orientação, assim “não têm uma clara visão da verdadeira função da literatura na educação” (CUNHA, 2003, p. 10). Mesmo sabendo das deficiências que envolvem o gosto pela leitura do jovem leitor, mudar a prática é mais complexo do que mudar o discurso.

A seguir serão apresentados os motivos e tipos de leituras que podem ser aplicadas em salas de aula da Educação Infantil e Educação Básica, tendo como base o artigo Literatura, muito prazer, de Elisa Meirelles, publicado pela Revista Nova Escola em agosto de 2010.

A Literatura na Educação Infantil

Veremos a seguir as características da Educação Infantil.

Por que ler?

O contato com a leitura deve existir antes mesmo da criança saber ler.

Figura 3.2 - O contato da criança com a literatura desde muito cedo
Fonte: Anna Bizoń / 123RF.

O interesse da criança parte das pequenas ações onde ela tem contato nos contextos de leitura, por exemplo, ao ver um adulto lendo, ao ouvir uma história contada por ele, ao perceber as rimas (em um poema ou em uma música), ao se deparar com os personagens de uma história. É aí que começa a se formar o leitor literário e vai se estender até o final do Ensino Fundamental.

O que Ler?

Podem ser oferecidos qualquer tipo de leitura à criança, mas as que mais chamam a atenção nesse universo infantil são as histórias de ficção, como os contos de fadas, pela identificação com a imaginação e criatividade típicos da fase infantil. É importante dosar os materiais mais escolarizados, aqueles que têm como objetivo apenas ensinar, sem muita preocupação com a linguagem literária.

Os erros mais comuns da Literatura da Educação Infantil

Podemos destacar como os erros mais comuns da Literatura da Educação
Infantil são:

Ignorar as opiniões das crianças.

Ouvir as considerações da turma e estimular esse compartilhamento ajuda a criar o gosto pela literatura.

Impor uma interpretação

Ao terminar o livro, o educador "resume"
sua visão da história – e não percebe que ninguém é obrigado a ter a mesma opinião.

Substituir o livro por figuras ou fantoches.

Variar o modo de ler é desejável – mas não se pode esquecer que a hora de leitura precisa de um livro.

Ater-se aos clássicos.

As crianças adoram os contos de fadas, mas é essencial apresentar outros gêneros, como a poesia, por exemplo.

De 1 a 2 anos

As narrativas devem ser curtas, conforme o desenvolvimento da criança. É interessante para essa faixa etária imagens, fantoches etc

De 2 a 3 anos

As crianças acreditam em tudo que o personagem falar, por isso a importância de escolher bem o texto.

Literatura Infantil do 1º ao 5º ano

Conheceremos agora a literatura infantil do 1º ao 5º ano e suas características. Vamos lá?

Por que Ler?

Do 1º ao 5º ano os alunos já estão acostumados com a leitura e com o contato com os livros. Assim, é tarefa do professor propor leituras mais complexas e com textos um pouco mais densos, a fim de ampliar a compreensão e familiaridade com a literatura.

Figura 3.3 - O contato da criança com a literatura nas séries iniciais do Ensino Fundamental
Fonte: Wavebreak Media Ltd / 123RF.

Em uma fase que é preciso permitir que a criança tenha mais espaço para ganhar autonomia e independência na leitura, os professores (ou os pais) podem selecionar um romance e dedicar um tempo todos os dias para efetuar a leitura de um capítulo, por exemplo, ou começar a introduzir outros gêneros considerados mais complexos, como a poesia.

O que Ler?

A escolha dos livros é algo importante para a formação literária de uma criança e deve haver uma real preocupação neste momento. Devem ser evitadas obras puramente moralistas. politicamente incorretas e com má qualidade. Também faz parte do trabalho de compreensão do texto, um olhar para as ilustrações, para o autor e o movimento literário no qual ele está inserido, para a linguagem e para os personagens escolhidos.

É importante também trabalhar com textos de vários gêneros e abordar obras clássicas e contemporâneas.

Os Erros mais Comuns da Literatura Infantil do 1º ao 5º ano

Os erros mais comuns da Literatura Infantil do 1º ao 5º ano são:

- Transformar a leitura numa atividade entediante. Quando a literatura faz parte de uma tarefa burocrática e obrigatória, muitas crianças se afastam dela.
- Avaliar a leitura por meio de provas e resumos. Evite os questionários. Ampliar os debates sobre os textos ajuda a aumentar o envolvimento da turma.
- Ignorar os gostos de cada um. É nessa fase da escolarização que começam a se consolidar as preferências pessoais. E isso tem de ser respeitado e aproveitado. (BERNARDO, 2010, on-line).

Literatura Infantil e Infantojuvenil do 6º ao 9º ano

Vamos conhecer agora um pouco mais da Literatura Infantil e Infantojuvenil do 6º ano 9º ano do ensino fundamental.

Por que Ler?

Do 6º ao 9º ano, é importante transmitir ao aluno a relevância da leitura para além do simples hábito de ler. O trabalho do professor é ainda mais difícil nesse período, pois os alunos começam a ter preguiça de ler e começam a declinar o interesse antes despertado nas séries iniciais.

Um ponto importante é que deve-se destacar os vários conhecimentos obtidos de diversas áreas e que é por meio da leitura literária que podemos obter novos conhecimentos, além de ampliar a cultura, vocabulário, linguagem, visão de mundo e criticidade, dentre outros fatores. Os alunos devem aproveitar a teoria para ampliar o olhar sobre os livros.

Figura 3.3 - O contato da criança com a literatura nas séries iniciais do Ensino Fundamental
Fonte: Wavebreak Media Ltd / 123RF.

O que Ler?

A escolha de livros nesta fase da educação é importante para que se intensifique a formação do aluno. É importante continuar trabalhando com textos de gêneros variados, de modo que a lista deve incluir obras clássicas e contemporâneas. As temáticas devem ser escolhidas de acordo com a realidade dos alunos, podendo ser de áreas que exigem maior engajamento.

Os Erros mais Comuns sobre a Literatura Infantil e Infantojuvenil do 6º ao 9º Ano

Podemos destacar como os erros mais comuns da Literatura Infantil e Infantojuvenil do 6º ao 9º ano:

- Analisar só os aspectos gramaticais. Deixar de lado as interpretações de um livro está muito longe de ser uma boa forma de desenvolver comportamentos leitores na turma.
- Separar forma e conteúdo. Colocar em discussão apenas os temas tratados no livro e deixar de lado a forma é um problema recorrente nas aulas de Língua Portuguesa. A interpretação completa de uma obra depende não só do que é dito, mas de como é dito. Até porque todo mundo sabe que um poema é diferente de uma crônica ou conto. (BERNARDO, 2010, on-line).

Enfatizando o exposto no texto acima, com relação ao ensino da Literatura Infantil na Educação Infantil, a ilustração é de suma importância, pois a imagem é um signo que as crianças irão traduzir com o auxílio do adulto, diferente das letras que, para elas, é um signo incompreensível. Por meio da gravura, a criança consegue entender a história do livro. Por isso, em caso de crianças que estão sendo alfabetizadas, a ilustração nos livros deve prevalecer, conforme afirma Cunha (2003).

O livro infantil com ilustração é um grande aliado da aprendizagem. Pois ele apresenta possibilidades de leitura que transcendem a decodificação do texto escrito. O professor deve compreender que o contato com o livro infantil, com suas histórias, ilustrações, recursos táteis e visuais, permite que a criança vivencie sempre uma nova e importante experiência, proporcionando a elaboração e verbalização também de suas próprias histórias e experiências. (ABREU, 2010, p. 6).

Dessa forma, a ilustração serve como aliada do escritor para representar a história produzida, auxiliando no desenvolvimento da criatividade, da ludicidade e do imaginário infantil, representando, assim, de forma imagética os elementos que o narrador pretende reproduzir pela história.

Zilberman e Silva (1990) comentam que a carência do ensino de literatura é devido à falta de leitura por parte dos estudantes e o desconhecimento do patrimônio literário nacional. E ressaltam que essa carência determina outras, como a não assimilação da norma linguística, impedindo o entendimento dos textos; o desinteresse pela matéria escrita que dificulta o processo de leitura e, assim, a aquisição do saber; a ausência de domínio da expressão oral, impossibilitando a reprodução do que é lido. A literatura provoca um efeito de acionar a fantasia e um posicionamento intelectual, pois mesmo sabendo que a história representada não é real ou não faz parte de seu contexto, produz um reconhecimento em quem lê, provocando a reflexão do leitor sobre sua rotina e fazendo-o incorporar novas experiências.

De acordo com Berbel (2000), a vida cotidiana está cheia de exigências de leitura, isto é, a leitura nos auxilia em descobrir as informações das quais necessitamos, seja para nos comunicarmos ou por entretenimento. A leitura pode deixar de ter um caráter meramente decodificador e realmente contribuir na construção do conhecimento. A leitura deveria ser mais valorizada no seio familiar e no espaço escolar, tendo início na educação infantil e persistindo até o ensino superior. Santos e Oliveira (2004, p. 119) ressaltam que:

embora o entendimento sobre a concepção de leitura varie de acordo com diferentes modelos teóricos, a maioria deles converge para um ponto, que é o de considerá-la como um caminho inquestionável para o saber e para o desenvolvimento do pensamento.

Ler não é somente um ato de decodificação. Quando o leitor atinge um bom nível de compreensão passa a descobrir, construir e dar significado a novos conhecimentos e por meio dela se desenvolve também como escritor. Um estudante ou profissional que tiver essas habilidades desenvolvidas, apresentará pensamento crítico e criativo. “A literatura infantil, então, deve fazer parte da rotina dos adultos e das crianças, tanto na escola, quanto em casa, uma vez que através da literatura infantil podemos levar nossas crianças para qualquer lugar, mágico ou real.” (MENDES; PORFIRO, 2016, p. 2)

Atualmente existe um novo tipo de literatura, aquela que está nas telas do cinema. Clássicos são retomados e adaptados para o cinema, como “Chapeuzinho Vermelho” (“A garota da capa vermelha” (2011)), “Branca de neve e os sete anões” (“Branca de neve e o caçador” (2012)), “Alice no país das maravilhas” (2010), “João e Maria” (2013) e outros. Muitos desses filmes são inadequados para crianças. Autores como Abramovich (2004) são contra essas adaptações por acreditar que a supressão de cenas para adaptação nos cinemas destitui a unidade de sentido do texto escrito.

Sendo assim, o recomendado é não substituir a leitura por filmes, pois o enredo será retratado de forma superficial por se tratar de algo com fim comercial e lucrativo.  

Muito se fala do poder da literatura e de como a escola é um lugar privilegiado para estimular o gosto pela leitura. Infelizmente as salas de aula brasileiras estão longe de ser "celeiros de leitores". Salvo exceções, o contato dos estudantes com os livros costuma seguir um roteiro no mínimo enfadonho: alguns títulos (quase sempre "clássicos") são indicados (leia-se empurrados goela abaixo) e viram conteúdo avaliado (perguntas de interpretação de texto com uma única resposta correta). E só. A experiência que deveria ser desafiadora vira uma tarefa burocrática e sem graça. Os jovens se formam sem entender os benefícios da leitura e acabam não lendo mais nada. Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) e o Instituto Pró-Livro mostra que 45% da população não lê nenhum exemplar por ano (desses, 53% dizem simplesmente "não ter interesse" e outros 42% admitem "ter dificuldade"). (BERNARDO, 2010, on-line).

A seguir veremos o papel do professor no incentivo à leitura.

O Papel do Professor no Incentivo à Leitura

Conforme Moran (2000, p. 1):

O professor tem um grande leque de opções metodológicas, de possibilidades de organizar sua comunicação com os alunos, de introduzir um tema, de trabalhar com os alunos presencial e virtualmente, de avaliá-los.
Figura 3.5 -  O papel do professor na leitura
Fonte: Wavebreak Media Ltd / 123RF.

Segundo Moran (2000, p. 1),

Cada docente pode encontrar sua forma mais adequada de integrar as várias tecnologias e procedimentos metodológicos. Mas também é importante que amplie e que aprenda a dominar as formas de comunicação interpessoal/grupal e as de comunicação audiovisual/telemática.

Por meio da internet podemos encontrar um aliado às práticas educacionais, pela facilidade e viabilidade que ela proporciona nos dias de hoje em sua relação com a educação.

O professor pode criar uma página pessoal na Internet, como espaço virtual de encontro e divulgação, um lugar de referência para cada matéria e para cada aluno. Essa página pode ampliar o alcance do trabalho do professor, de divulgação de suas idéias e propostas, de contato com pessoas fora da universidade ou escola. Num primeiro momento a página pessoal é importante como referência virtual, como ponto de encontro permanente entre ele e os alunos. A página pode ser aberta a qualquer pessoa ou só para os alunos, dependerá de cada situação. O importante é que professor e alunos tenham um espaço, além do presencial, de encontro e visibilização virtual. (MORAN, 2000, p. 2)

Com essas iniciativas, o professor deixa de ser visto como informador e mero reprodutor de conhecimentos, para ser visto como alguém que orienta, de fato, uma aprendizagem significativa, onde os alunos podem ter autonomia na apreensão de conhecimentos. O professor passa a ser um  gerenciador de pesquisa e comunicação, o que possibilita também uma maior proximidade com os alunos, com participação ativa deles, gerando maior interesse e atuação nas práticas educacionais.

SAIBA MAIS

Roger Chartier

Roger Chartier é considerado um especialista em leitura e concedeu a entrevista: "Os livros resistirão às tecnologias digitais" à Revista Nova Escola, onde ele considera que a internet pode ser uma poderosa aliada para manter a cultura escrita. A tecnologia não é só benéfica para auxiliar no aprendizado, mas também faz circular os textos de forma intensa, aberta e universal.

Acesse a reportagem na íntegra pelo link: <https://novaescola.org.br/conteudo/938/roger-chartier-os-livros-resistirao-as-tecnologias-digitais>. Acesso em: 04 mar. 2019.

A Importância da Leitura

Os livros infantis são apresentados às crianças e jovens pela família e pela escola. É a partir desses exemplos que a leitura vai se transformando em parte da vida da criança. O ato de contar história traz à criança as imagens e o maravilhoso que encanta e envolve, sendo dessa maneira que a leitura se transforma como parte da vida.

A leitura pode ocorrer em qualquer parte, o leitor tem liberdade para escolher o lugar, o tempo e a modalidade de leitura. O ritmo da leitura será conforme o leitor acredita ser agradável e compreensível. “Se o material é interessante, fácil ou conhecido, pode lê-lo com rapidez; mas quando o material é complexo, novo, [...] pode diminuir a velocidade” (ALLIENDE; CONDEMARÍN, 2005, p. 12).

A leitura é um fator determinante do êxito ou fracasso escolar. Uma das maiores metas da Educação Básica era “aprender a ler”, agora a ênfase está em “ler para aprender”. É claro que o aprendizado da leitura é de suma importância, mas por meio da leitura surge a aquisição de conhecimentos gerais. A eficiência na leitura se relaciona com o êxito escolar. O fracasso na leitura pode comprometer as disciplinas que necessitam de leitura e esse fracasso é maior à medida que o aluno muda de ano. Redação, ciências e matemática são áreas que utilizam livros e a leitura é essencial para o aprendizado. A criança que possui dificuldade de reconhecer palavras, também terá dificuldades ao tentar reproduzir as palavras.

Estimular a criança por meio de um ambiente letrado promove o desenvolvimento oral e escrito. Bons leitores provêm de famílias em que há costume de leitura (jornais, revistas, livros) e investimento na aquisição de livros.

Figura 3.6 - A leitura no ambiente familiar
Fonte: Georgerudy / 123RF.

A escola também deve estimular a criança a ser um leitor, incentivando a frequência à bibliotecas com livros de contos de fadas, de animais, de plantas e lugares, além de permitir que os livros circulem e sejam emprestados, de modo que possa aguçar o interesse da criança em ver uma imagem ou história nova.

A Contação de Histórias

Os livros existentes na biblioteca, da Educação Infantil e Ensino Fundamental, permitem ao professor deixar seu repertório de contos e lendas mais rico. Ao contar uma história, deixamos uma impressão pessoal implícita.

Figura 3.7 -  A contação de histórias
Fonte: Iakov Filimonov / 123RF.

De acordo com Alliende e Condemarín (2005, p. 42), existe diferença entre contar uma história e ler uma história “em relação aos efeitos que produzem nas crianças e nas atividades que podem surgir”. A seguir, algumas dessas diferenças:

Quando se contam histórias Quando se lêem histórias

Estabelece-se uma comunicação visual direta com as crianças. As crianças ouvem e olham diretamente a expressão do rosto, os gestos e a entonação da professora. Tudo isso ajuda a compreender melhor o conteúdo, esclarecer os termos e absorver as expressões de difícil compreensão.

Estabelece-se uma relação emotiva que permite com que as crianças associem à leitura a um momento de comunicação agradável com os adultos.

A narração se enriquece porque novos elementos são incorporados e também porque se adaptam aos termos e as ações do ambiente cultural dos ouvintes.

As crianças percebem que as palavras escritas têm significados e se familiarizam com um vocabulário que inclui termos abstratos e variados.

Na medida em que o adulto narra a história com graça e variedade de entonações, as crianças conseguem assimilar um bom modelo de expressão oral.

As crianças se familiarizam com o manejo dos livros (como se pega, como se viram as páginas etc.), desenvolvem habilidades de leituras, como observar o deslocamento das palavras da esquerda para a direita, além das diferentes formas de letras e palavras.

 

Na medida em que o adulto lê com clareza, entusiasmo e expressividade, proporciona um bom modelo e estimula na criança o interesse pela leitura.

Quadro 3.1 -  As diferenças entre contar uma história e ler uma história
Fonte: Alliende e Condemarín (2005, p. 42)

De qualquer forma, é importante proporcionar às crianças experiências que envolvam contos e outros tipos de leituras, pois constroem significados à medida que interagem com o professor ou os pais sobre a história. “Comentar os contos durante ou depois das leituras constitui uma estratégia interativa que ajuda as crianças a constituírem significados e a entenderem as histórias que são lidas” (ALLIENDE; CONDEMARÍN, 2005, p. 43.)

Ao ouvir contos ou outros textos narrativos, as crianças ampliam seu conhecimento do vocabulário e estruturas gramaticais. Podemos perceber quando brincam de ler ou inventam suas próprias histórias.

Quando um adulto lê para uma criança, desde muito cedo, ela começa a demonstrar um prazer nessa vivência. “Seu nível de atenção aumenta, seu repertório de histórias favoritas se expande, e elas começam a pedir que as histórias sejam lidas muitas e muitas vezes” (ALLIENDE; CONDEMARÍN, 2005, p. 43.). O livro torna-se uma fonte de satisfação pessoal para a criança, onde ela aprende o folhear e utilizar em suas brincadeiras.

Os autores sugerem como introdução da literatura na vida da criança, a leitura compartilhada. Essa leitura volta-se para a sala de aula: é uma leitura para muitas crianças. O livro deve ser grande, com muitas figuras, para que as crianças consigam visualizá-las. A leitura compartilhada permite cumprir os seguintes objetivos:

  • Recriar as experiências de leituras em casa na sala de aula;
  • Inserir as crianças no universo literário infantil;
  • Permitir o desenvolvimento da habilidade de ouvir, que pode aumentar a capacidade de atenção e foco;
  • Valorizar as ilustrações dos livros, que permite à criança desenvolver o gosto estético e plástico das obras;
  • Enriquecer seu vocabulário;
  • Contribuir para a criança habituar-se com a linguagem escrita;
  • Desenvolver amor pelos livros.

A leitura compartilhada deve ser realizada em voz alta. Os livros devem ser selecionados, pois devem ser grandes e conter linguagem simples, personagens claros, que realizam ações rápidas, espaços concretos e cheios de magia. Além disso, deve conter uma estrutura simples que tenha um padrão repetitivo e previsível, uma linguagem que faça as crianças serem transportadas para um universo que desperte sua imaginação, além de ilustrações que deem significado ao conteúdo.

A contação de histórias está ligada diretamente ao imaginário infantil. O uso dessa ferramenta incentiva não somente a imaginação, mas também o gosto e o hábito da leitura; a ampliação do vocabulário, da narrativa e de sua cultura; o conjunto de elementos referenciais que proporcionarão o desenvolvimento do consciente e subconsciente infantil, a relação entre o espaço íntimo do indivíduo (mundo interno) com o mundo social (mundo externo), resultando na formação de sua personalidade, seus valores e suas crenças (MATEUS, et al. 2013, p. 4).
Figura 3.8 - A literatura contribuindo para a construção do imaginário infantil
Fonte: Anna Bizoń / 123RF.

Dessa forma, observamos que a Literatura Infantil é a junção entre a intenção pedagógica e a intenção lúdica, estimulando a criatividade e promovendo a aprendizagem.

A ação pedagógica deve ser também cuidadosa ao trabalhar com a Literatura Infantil, pois em uma biblioteca escolar, o professor deve estar atento ao tipo de livro que a criança está escolhendo para iniciar a leitura, pois é importante selecionar os livros que as crianças leem, mas as não privar. A censura pode instigar a criança a querer ler ainda mais o livro inadequado para sua idade, podendo antecipar fases que a criança não está preparada, como a sexualidade.

A escolha do livro pela criança deve ser respeitada. Devemos respeitá-la como criança, procurar ouvir sua versão da história com atenção e comentar juntamente a ela. Por isso, a escolha de livros pela criança deve ser acompanhada por um adulto, mas nunca de modo privado. As histórias que deseja ler, são histórias que irá se identificar, pois está atrás da força do herói ou de problemas que possa se identificar de forma natural. O herói irá retratar a coragem e a imaginação da criança, por isso necessita de boas inspirações. É importante selecionar para se identificar com o lado bom da história, desta forma, irá assimilar a força e coragem.

De acordo com Alliende e Condemarín (2005, p. 46), a utilização de livros desenvolve habilidades nas crianças em relação à leitura, tais como:

- A orientação direcional comum nos livros que são apresentados numa sequência que vai da esquerda para a direita, do começo até o final, de cima para baixo.
- Os livros narram algo que têm uma sequência (começo, meio e fim). As ações deslocam de uma linha para outra ou de uma página para outra.
- As ações despertam interesse, aumentam a informação ou despertam emoções em quem as ouve.
- No manejo de um livro, deve-se fazer com que a criança adote uma postura correta ao ler e que o faça num lugar tranquilo, se possível, onde não haja barulho e tenha uma iluminação adequada.

Além da escola ter o envolvimento com a participação e integração da leitura, a família é também uma instituição responsável por estimular a atividade da leitura que já é vista em sala de aula e pode ser reforçada no ambiente familiar.

Há algumas ações que os pais podem fazer para motivar seus filhos, como: ler uma receita culinária; as instruções de um jogo; ir em livrarias e folhear livros, permitir que tenham contato, que sejam apresentados aos livros infantis; procurar ter em casa materiais com variados tipos de leitura (aventuras, ciências, contos etc.), com figuras atraentes em formato que possam manejá-los; ter por perto algum dicionário ou enciclopédia para que a criança possa manejá-los; compartilhar rimas, poemas e contos mostrando que estão em determinados livros; entrar no clima de brincadeira e dramatizar contos ou lendas por meio da mímica e teatro de fantoches; comprar livros com conteúdos que as interessem.

SAIBA MAIS

A Arte de Contar Histórias

A arte de contar histórias, como estudado nesta unidade, é um importante meio para iniciar a leitura literária nas crianças menores. É a partir da contação de histórias que as experiências da vida infantil podem tomar forma e a criança agregar significados ao mundo ao seu redor, além de promover interação com outras pessoas. Para conhecer mais sobre a arte de contar histórias, acesse o link a seguir e assista ao vídeo com um exemplo de história contada.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=vsflCNe6ECM>. Acesso em: 04 jul. 2019.

Conforme afirmam Vítor e Korbes (2011, p. 1)

o ouvir e contar histórias permite que a criança construa a sua própria história, o que faz com que a criança se desenvolva no meio em que vive buscando sua autonomia e liberdade de fazer sua própria escolha. A contação também proporciona emoções por meio das ilustrações fazendo com que a criança pense e reflita sobre a história que lhe foi contada. O professor tem um papel fundamental para elevar a criatividade da criança criando meios para que ela possa construir para sua própria história.

A história infantil contribui para o conhecimento da criança e, por isso, deve fazer parte do seu dia a dia. Durante a narrativa, o professor deve vivenciar a história dando vida às personagens, isto é, dramatizando, buscando proporcionar à criança a melhor aprendizagem. Dessa forma, o professor dará à criança subsídios para inventar sua própria história.

A didática do conto de histórias é cativante e enriquecedora na educação infantil, mas com o cuidado de que a estrutura da narração deve ser forma clara para a criança, de fácil linguagem, com imagens explorando a história de maneira lúdica, dentro do seu processo de aprendizagem a contação possibilitarão às crianças um melhor desenvolvimento da capacidade de produção e compreensão textual (VITOR; KORBES, 2011, p. 1).

O professor precisa planejar períodos dedicados à contação de histórias, para que cresça nas crianças o gosto pela leitura e escrita para que se forme uma geração de leitores e escritores. A criança, ao escutar contos, cria um elo para se tornar um leitor.

Dar estas oportunidades às crianças desse momento lúdico e, ao mesmo tempo educativo, significa capacitar para que possam desenvolver as suas potencialidades dentro da língua materna.

a história faz todos sorrirem a aula passa ser uma divertida brincadeira e até gente grande volta a ser criança, como ela mesma fala se “até gente grande volta a ser criança gosta de história imaginem as crianças”. Mas que para isso aconteça o narrador deve estar consciente de que importante é a história, ele apenas conta o que aconteceu, emprestando vivacidade à narrativa (VITOR; KORBES, 2011, p. 3).

Contar histórias pode auxiliar a prática pedagógica de professores da educação infantil, pois as narrativas estimulam a criatividade, a imaginação e a oralidade, facilitando o aprendizado, as linguagens oral, escrita e visual, além de criarem o prazer pela leitura, colaborando para a formação da personalidade da criança por meio do envolvimento social e afetivo, de modo a explorar a cultura e a diversidade.

É certo que a literatura infantil também é importante para a afetividade da criança, pois é uma prática construída e desenvolvida socialmente e têm incentivos constantes para que seja cada vez mais expansiva. Na contação de histórias, as crianças se reúnem em círculos, geralmente uma ao lado da outra, e precisam fazer silêncio para ouvir a história, o que promove uma interação de respeito entre os participantes.

Em relação ao espaço que a literatura é ensinada, Coelho (2000, p. 16) problematiza esse contexto, afirmando que:

a escola é hoje o espaço privilegiado, em que deverão ser lançadas as bases para a formação do indivíduo e nesse espaço deverão ser privilegiados os estudos literários, pois, de maneira mais abrangente do que quaisquer outros, eles estimulam o exercício da mente, a percepção do real em suas múltiplas significações, a consciência do eu em relação ao outro, a leitura de mundo em seus vários níveis e, principalmente, dinamizam o estudo e conhecimento da língua, da expressão verbal significativa e consciente – indispensável para a plena realidade do ser.

Dessa forma, o professor deve estar sempre atualizado, ter domínio do que ensina e ter consciência da tríade que serve como base para seu ensino: a literatura, a realidade social que o cerca, bem como seus contextos, e a própria docência, como competência que tem.

Portanto, acredita-se que a literatura infantil é muito mais importante do que se imagina, pois é nessa fase que inicia a formação do sujeito e deve ser tratada com mais seriedade nos espaços educativos. Deve ser constantemente estimulada nos projetos educacionais e mais praticada nas fases iniciais de ensino.

REFLITA

Voltaire

“A leitura engrandece a alma”.

Fonte: Voltaire.

Após a conclusão desta unidade, verificamos que por meio da leitura e os primeiros contatos com os livros, criamos o hábito de ler na infância. A apresentação do livro em sala, permite que a aula seja um lugar privilegiado para o desenvolvimento do gosto pela leitura, de modo que o professor contribui para que isso ocorra ao promover momentos inesquecíveis de contação de histórias.

O ato de contar história, como foi demonstrado, permite uma apresentação diferenciada, com entonação de voz e gestos de forma teatralizada, prendendo a atenção da criança, fazendo com que no dia seguinte se recorde daquele momento e solicite outras histórias.

Na Literatura Infantojuvenil surgiram as grandes sensações da atualidade, como os livros “Harry Potter” (1997) e o relançamento de “As Crônicas de Nárnia”(década de 1990), dentre outros, que introduzem o jovem ao maravilhoso e fantástico da literatura.

Além disso, foi apresentada a ideia de que com as novas tecnologias o momento da leitura se diferencia daquela realizada a tempos atrás. Agora, a leitura pode ser desenvolvida por meio de um tablet, notebook ou e-book. O contato com o livro e com a folha de papel pode ficar distante, mas com a leitura jamais.

Indicação de leitura

Livro: A Literatura Infantil na Escola

Autor: Regina Zilberman

Ano: 2015

Editora: Global

ISBN: 8526016253, 9788526016255

Em “A Literatura infantil na escola”, livro de ensaios de Regina Zilberman, professora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, todos os que estão ligados a livros infantojuvenis (professores, estudantes, pais e autores) encontrarão elementos riquíssimos para redimensionar o papel da literatura infantil nos dias atuais.

Atividade

O uso do livro em sala de aula justifica-se pela relação que estabelece com seu leitor e pelo papel transformador dentro do ensino. Ao utilizar o livro em sala de aula, o professor deve:

Deixar que o aluno escolha livremente qual livro gostaria de ler, seja qual obra for.

Incorreta: É tarefa do professor escolher obras apropriadas ao leitor infantil e perceber emprego de recursos metodológicos eficazes, que estimulem à leitura, suscitando a compreensão das obras e a verbalização, pelos alunos, do sentido apreendido.

Conhecer técnicas e métodos de ensino capazes de estimular e aprimorar o gosto pela leitura.

Correta: É muito importante que o professor tenha um bom conhecimento de técnicas e métodos de ensino para o estímulo à leitura. A leitura é uma atividade decisiva na vida dos alunos, na medida em que permite a eles um discernimento do mundo. Dessa forma, o trabalho do professor mediando a leitura é primordial para que os alunos estejam cada vez mais habilitados à leitura.

Indicar uma lista variada de estilos literários e de várias faixas indicativas, deixando que a criança tenha contato com os livros e, assim, possa optar por qual tipo de literatura ela deverá iniciar sua leitura.

Incorreta: O professor deve conhecer um acervo literário considerado adequado para ensinar e ler para crianças, além de mediar o contato das crianças com os livros para que iniciem a leitura por obras destinadas adequadamente a elas.

Mediar somente a leitura das fábulas que são próprias da literatura infantil.

Incorreta: Uma criança, não necessariamente precisa ler somente fábulas no início de suas leituras literárias. As fábulas são bem utilizadas por abrangerem muito da fantasia e do imaginário infantil, mas não necessariamente a leitura deve se prender a elas. O professor deve ter domínio de critérios de julgamento estético, que permitam a seleção de obras de valor, o que é mais importante.

Recriar no aluno o gosto pelas obras literárias que o professor gosta e aquelas de seu acervo pessoal.

Incorreta: O professor pode indicar obras de seu gosto pessoal, desde que sejam indicadas para a idade correta, mas não necessariamente recriar no aluno o gosto por essas determinadas obras, já que cada contato com a literatura é diferente e se aprimora com a relação estabelecida com a leitura.

Atividade

Podemos destacar como um dos erros mais comuns no processo de introdução das crianças à Literatura Infantil e na formação literária dessas crianças:

Ignorar a opinião e a interpretação das crianças.

Incorreta: Ignorar a opinião das crianças é um dos erros mais cometidos nesse processo de formação literária infantil. Ouvir as considerações da turma e estimular esse compartilhamento ajuda a criar o gosto pela literatura.

Deixar que os alunos tenham variadas interpretações de texto.

Incorreta: Ao impor uma única interpretação, o professor fere o imaginário do aluno e corta a criatividade e expressão daquilo que foi compreendido literariamente até o momento. Ao terminar o livro, o educador "resume" sua visão da história – e não percebe que ninguém é obrigado a ter a mesma opinião, devendo considerar, assim, variadas e diferentes interpretações textuais.

Ater-se somente as produções novas.

Incorreta: O professor não deve se ater somente aos clássicos, nem somente as produções novas, todos devem ser apresentados. As crianças adoram os contos de fadas, mas é essencial apresentar outros gêneros, como a poesia, por exemplo.

Apresentar histórias muito curtas e com muitas figuras.

Incorreta: As obras indicadas para a Educação infantil devem ser curtas, porque é o início da formação literária e as figuras fazem parte da estimulação visual infantil. De 1 a 2 anos, as narrativas devem ser curtas, conforme o desenvolvimento da criança. É interessante para essa faixa etária imagens e fantoches, por exemplo. De 2 a 3 anos, as crianças acreditam em tudo que o personagem falar, por isso a importância de escolher bem o texto.

Substituir o livro por figuras ou fantoches.

Correta: Variar o modo de ler é desejável – mas não se pode esquecer que a hora da leitura precisa de um livro. Introduzir figuras, fantoches ou outras representações pode estimular ainda mais o imaginário e a criatividade das crianças, mas não se de substituir o livro.

Atividade

A formação literária de uma pessoa inicia-se na infância e se aprimora nessa fase à medida que a há uma integração de estímulos produzidos na escola e reforçados no ambiente familiar. Sobre esse processo, assinale o que for correto.

Mesmo que a criança tenha acesso desde cedo à literatura, é somente na vida juvenil que demonstrará real interesse por ler, habituando-se à leitura.

Incorreta: Quando um adulto sempre lê para uma criança, desde muito cedo, começam a demonstrar um prazer nessa vivência. O livro torna-se uma fonte de satisfação pessoal para a criança, onde ela aprende a folhear e utilizar em suas brincadeiras.

A única forma de os pais estimularem a leitura das crianças é comprando livros, o que explica que aquelas com maior poder aquisitivo têm maiores oportunidades de leitura.

Incorreta: Há algumas ações que os pais podem fazer para motivar seus filhos, como ler próximo às crianças uma receita culinária, instruções de um jogo, ir com elas em livrarias, olhar e folhear livros, permitir que tenham contato e que sejam apresentados aos livros infantis, procurar ter em casa materiais com variados tipos de leitura (aventuras, ciências, contos etc.) e com figuras atraentes em formato que possam manejá-los, além de ter por perto algum dicionário ou enciclopédia para que a criança possa manejá-los.

O professor deve indicar, desde a educação infantil até o final do ensino fundamental, somente obras direcionadas e predefinidas pela escola para leitura.

Incorreta: Se os estudantes já estão habituados às rodas de leitura e têm contato com os livros, cabe ao professor do 1º ao 5º ano começar a colocá-los em contato com textos mais complexos para ampliar a familiaridade com a literatura. Em uma fase da vida (e da escolarização) em que é preciso dar espaço para que as crianças ganhem autonomia e consigam ler sozinhas com mais facilidade, perder o medo dos livros maiores é fundamental – e o mesmo vale para os gêneros considerados mais difíceis, como a poesia.

Tanto os professores, quanto os pais, devem ficar atentos ao gosto que a criança ou o adolescente desenvolve em relação aos diversos gêneros e temas da literatura.

Correta: As histórias de ficção (como os contos de fadas) são as que mais encantam as crianças, mas é importante oferecer a elas diversas obras para que criem um repertório amplo. E fuja dos materiais "escolarizados", cujo principal objetivo não é entreter a criançada, mas apenas ensinar que isso é “o pato” e aquilo é “azul ou verde”, sem nenhuma preocupação com a linguagem literária. Assim, escola e família vão criando condições para que o gosto literário seja aprimorado de acordo com as diversas obras que as crianças têm contato ao longo de sua formação.

É unânime a ideia de que se a criança não consegue ler o livro de uma determinada história, ela deve assistir ao filme.

Incorreta: Atualmente existe um novo tipo de literatura, aquela que está nas telas do cinema. Clássicos são retomados, adaptados e filmados, como “Chapeuzinho Vermelho” (“A garota da capa vermelha” (2011)), “Branca de neve e os sete anões” (“Branca de neve e o caçador” (2012)), “Alice no país das maravilhas” (2010), “João e Maria” (2013) e outros. muitos desses filmes são inadequados para crianças. Sendo assim, o recomendado é não substituir a leitura por filmes, pois o enredo será retratado de forma superficial por se tratar de algo com fim comercial e lucrativo.

Unidade Concluída

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